Basicamente os riscos do sexo anal se dividem em duas categorias:
Infecções: Devido à altíssima concentração de micro-organismos, inclusive alguns que não são encontrados em outras partes do corpo.
Dano físico: O ânus e o reto são estruturas que, apesar de apresentaram alta resistência a micro-organismos, estruturalmente são bem frágeis.
HIV e doenças infecciosas
Não é só pela possibilidade maior de sangramentos que o sexo anal aumenta a chance de transmissão do HIV. Como o reto é a área mais infectada (leia-se: cheia de micro-organismos) do corpo, ele necessita de uma ampla defesa, que não permita a invasão de outros locais por esses patógenos. Assim, é natural que o reto possua uma concentração maior de glóbulos brancos. E no meio deles, estão os linfócitos T, que albergam o vírus.
Além disso, uma das funções do reto é a absorção de fluidos – que, aliás, é a função de todo o intestino grosso, reabsorver a água que sairia nas fezes em excesso. Misturem pequenos rasgos anais com sangramentos com uma concentração elevada de linfócitos T (e de vírus) e uma pitada de uma mucosa altamente absortiva, pegando quase tudo o que tinha o sêmen ali depositado, e temos uma combinação bombástica para a transmissão (bilateral) do vírus.
Sexo anal receptivo sem proteção, como todos devem saber, é a prática sexual mais arriscada em matéria de transmissão do HIV.
Além do HIV, outras doenças podem ser transmitidas através do sexo anal, como o papilomavírus humano, hepatites A, B e C, amebíase, gonorréia, herpes, chato (pois é), sífilis e até tuberculose.
A tênia (Taenia solium), verme que parasita o ser humano, pode causar uma manifestação grave, devido a uma peculiaridade. No seu ciclo de vida, a tênia, no intestino humano, elimina partes de seu corpo chamadas proglotes, que estão cheias de ovos e saem pelas fezes. Caindo no meio ambiente, vão ser ingeridas por porcos, e acabam se tornando uma espécie de semente, chamada cisticerco. Se o ser humano come carne de porco com cisticercos, eles vão se tornar o verme adulto no intestino humano, e o ciclo recomeça.
Porém, a formação de cisticercos não é exclusiva do porco. Se um ser humano acidentalmente ingerir proglotes, elas vão se tornar cisticercos. E no ser humano, podem se alojar no cérebro e causar a chamada neurocisticercose, com direito a convulsões e tudo o mais. Fica o alerta para praticantes do famoso “beijo grego”. Se a(o) parceira(o) não estiver com a higiene em dia, já viu…
HPV e câncer anal
A imensa maioria dos casos de câncer anal ocorre por conta do HPV (papilomavírus humano). Nos últimos 30 anos, a incidência cresceu 160% nos homens e 78% nas mulheres. Mas também o uso de cigarros está bem associado, aumentando em 4 vezes o risco.
Dano físico
Pode se manifestar de algumas formas, como trauma ano-retal generalizado, hemorroidas, fissuras anais e prolapso retal (a mucosa do reto acaba se exteriorizando pelo ânus).
Tem como causas principais a penetração forçada sem lubrificante suficiente, a introdução de objetos largos e a sensibilidade diminuída devido ao uso de álcool ou outras drogas.
Incontinência anal
Apesar de pouquíssimo observado, teoricamente é possível a perda do controle esfincteriano, através da inserção de objetos muito largos (como na prática de fisting) e quiçá somente da atividade repetida.
Porém, os estudos na área são controversos. Por exemplo, um dos estudos que tentavam provar a relação entre sexo anal e incontinência incluiu a flatulência no conceito de incontinência, o que torna o resultado completamente inverossímil. Alguns autores recomendam o exercício do músculo PC para diminuir os riscos.
Cuidados a se tomar
Então, como muitos já devem saber, não custa repetir:
Camisinha: Existem inclusive camisinhas mais grossas, especiais para a prática do sexo anal.
Lubrificante: Especialmente aqueles à base de água, pois os outros podem danificar o látex e a camisinha rompe.
Evitar objetos muito largos: Por motivos óbvios, muito cuidado também com objetos que entram com tudo e acabam ficando lá dentro.
Jeitinho, sempre: Penetrações muito afoitas vão acabar causando complicações. Como aquele caso clássico do cara transando com a mulher de quatro, e ele, naquela ânsia de intensificar o vai e vem, acaba entrando de supetão no buraco errado…
Higiene: Atrizes pornôs costumam utilizar uma espécie de ducha, ou o famoso Fleet Enema. Mas fazendo a higiene externa adequada, já ajuda bastante.
Por fim, com esses cuidados, a experiência tende a se tornar menos traumática e mais prazerosa para ambos parceiros.
segunda-feira, novembro 09, 2009
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